quinta-feira, 15 de abril de 2010

As nossas memórias

É sempre com tristeza que volto ao tema da identidade. O Tortosendo, a minha terra, tem na sua história um sem número de personalidades que conseguiram vingar nas mais variadas áreas. Desde a Medicina, à Engenharia, das Letras ao Desporto, passando pela Pintura, Música e pelo Teatro. A lista iria alongar-se, com toda a certeza.
Mas a tristeza não advém do facto de termos individualidades que, essas sim, que pelo seu trabalho, saber e perseverança, levaram o nome da nossa terra além fronteiras e o registaram na História. A tristeza surge do facto de na actualidade essas memórias quererem ser apagadas, à força, por um punhado de mentes que não têm a inteligência suficiente para ver que a sua presença é apenas transitória, passageira, efémera. A tristeza cresce quando se palmilham as ruas do Tortosendo e são raros os casos de homenagens às mulheres e homens que, esses sim, pugnaram por esta localidade.
A título de exemplo ficam duas grandes figuras do desporto nacional, filhos do Tortosendo, que alguns querem fazer esquecer à força. Alerta-se também, a quem de direito, para ter um mínimo de sensibilidade e em vez de “baptizar” os arruamentos e afins com nomes que nada dizem, optarem por lembrar e preservar a memória e os feitos dos filhos da terra.

Exemplo:

Francisco Alves Albino nasceu no Tortosendo a 2 de Novembro de 1912 e faleceu em Lisboa a 25 de Agosto de 1993. Jogou 20 anos no Sport Lisboa e Benfica, passando a ser titular da equipa principal entre 1932 e 1945, onde ocupava o lugar de médio. Fez 343 jogos com o símbolo da águia ao peito, e foi também a defender as cores do Benfica que jogou em seis finais da Taça Nacional. Ao longo da sua carreira, na equipa principal, marcou 20 golos. Teve também duas participações nos Campeonatos de Lisboa, em 1932-1933 e 1939-1940 e esteve em dez jogos aos serviço da Selecção Nacional.
O Sport Tortosendo e Benfica, na sua nova sede terá uma sala de honra a este jogador. Valha-nos as instituições da terra, (esta silenciada, mas que dará uma outra história).

Alfredo Craveiro, jogador do Sporting Clube da Covilhã durante várias décadas, acabando mesmo por vir a treinar o maior clube do concelho. Presente na equipa que levou o Covilhã à 1ª Divisão e também à conquista do Campeonato Nacional da 2ª Divisão. Foto e informação retirada dos livros sobre o Sporting da Covilhã, da autoria de João de Jesus Nunes e do blogue http://historiascc.weblusa.org/.