quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Um verdadeiro comunista

Ary dos Santos é uma das figuras incontornáveis da cultura portuguesa e é também um verdadeiro COMUNISTA. Numa terra como a minha, conhecida desde há muito como a “Vila Vermelha”, a figura de Ary deveria também merecer semelhante consideração, sobretudo pelo PC local.
Contudo, se o Tortosendo tem comunistas com traços singulares, daqueles que também sofreram as agruras do regime, a tirania da opressão, acima de tudo, a falta de respirar, falar, olhar em liberdade; existem também, nesta terra, um género, cada vez mais em voga, os “comodistas”.
Serve apenas para lembrar que neste circo de feras que é a vida existem ainda voz indomadas e indomáveis, existem ainda consciências que pensam e tecem os seus próprios valores, existem ainda pessoas que encaram as outras, olhos nos olhos. Ary dos Santos tinha uma convicção política que não partilho, mas respeito. O seu amor, a sua crença no Partido Comunista Português levou-o a doar os direitos das suas obras a esta força política. Por tudo isto é um ainda hoje um comunista respeitado e falamos dele no presente. Um exemplo para aqueles “comodistas”, que pensando ter hoje tudo, são já passado.
A 18 de Janeiro de 1984 faleceu um homem que escreveu sobre a liberdade e sobre a repressão, sobre o povo e sobre os preconceitos. Assinalam-se agora os 25 anos do seu desaparecimento e é também com esse intuito que recordo um soldado da liberdade. Deixo um dos seus poemas que mais me toca, pela força das palavras, pela convicção da sua figura anticonvencional, e claro, por ter sido escrito num ano que me diz muito.